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Os primeiros mamíferos evoluíram a partir de uma linhagem de répteis mas a sua diversificação, que lhes permitiu ocupar inúmeros nichos ecológicos, apenas ocorreu muito mais tarde, após a extinção dos dinossauros. Independentemente de se reproduzirem por ovos (monotrematos), com recurso a uma bolsa externa no ventre da mãe (marsupiais) ou no útero materno (placentários), todos os mamíferos possuem glândulas mamárias secretoras de leite, substância com que alimentam as crias durante a fase inicial da vida. Enquanto adultos podem ter uma alimentação à base de plantas (herbívoros), insectos e outros invertebrados (insectívoros), serem predadores (carnívoros) e por vezes necrófagos. Alguns passam por períodos de inactividade no inverno (hibernação) ou no verão (estivação). Muitas espécies passam as horas de maior calor em repouso e ficam activas ao crepúsculo e/ou à noite, o que dificulta a sua observação. Contudo, indícios como tocas, dejectos e pegadas podem ser observados durante o dia. Dotados de elevada mobilidade os mamíferos têm elevados requisitos espaciais e entram frequentemente em conflito com o homem e as suas actividades, pelo que muitos estão hoje ameaçados. As suas principais ameaças são a destruição e degradação do habitat, a perseguição ilegal, e a morte por envenenamento e/ou atropelamento, e os grupos mais vulneráveis de mamíferos em Portugal são os morcegos e os grandes carnívoros, ambos indicadores do equílibrio dos ecossistemas. O Alentejo, e o montado em particular, é um habitat histórico do lince Ibérico e a região ainda mantem os requisitos básicos à presença da espécie, estando esta dependente da recuperação da sua presa preferencial, o coelho bravo, e da reintrodução potencial a médio / longo prazo. |
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