|
|
As espécies de peixes de água doce variam entre bacias hidrográficas, devido à falta de conectividade entre elas. A maior parte das espécies que ocorrem na Península Ibérica evoluíram isoladas das do resto da Europa e por isso não existem em mais lugar nenhum do mundo (endemismos ibéricos). Muitas delas estão ameaçadas. Os cursos de água da região de Neves-Corvo fazem parte da bacia do Guadiana e apresentam características únicas devido ao clima da região. A ribeira de Oeiras é o único curso de água com caudal permanente. Devido às elevadas temperaturas e ausência de chuva durante o verão, todos os outros secam totalmente ou são reduzidos a pegos. Os peixes que neles sobrevivem evoluíram de forma a poder suportar condições extremas de temperatura da água, que pode ultrapassar os 45ºC, e de escassez de oxigénio, já que num pequeno pego podem ficar retidos muitos peixes. Durante os períodos de seca, é frequente observar aves a caçar os peixes encurralados nesses pegos. Com a chegada das chuvas no outono, os cursos de água retomam a corrente e os peixes que sobreviverem à seca repovoam-nos. A poluição e eutrofização dos cursos de água, as espécies invasoras, a utilização dos cursos de água para rega e o aquecimento global são as principais ameaças a estas espécies endémicas de elevado interesse de conservação. |
|